quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Canção do Expedicionário

Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).


ACORDA BRASIL !!!!

SOLDADO DO EXÉRCITO: POR VOCÊ... POR TODOS !!!!  

>>> “… não existe razão para querer separar os militares do povo brasileiro ou criar antagonismos que nunca existiram. O soldado é um cidadão fardado, com todos os seus atributos e defeitos".

Em tempos de eleições e descrença flagrante na classe política, os discursos de candidatos que fazem apologia à formação e ao ideário militar despertaram sentimentos de revolta em alguns grupos sociais. É perigoso notar que tais grupos buscam denegrir a imagem dos militares, de forma generalizada, trazendo à tona fatos históricos fora de contexto e associando-lhes um comportamento antidemocrático e segregador, como se fosse possível dissociá-los do restante da população.

Aproveitando o mês das comemorações do Dia do Soldado do Exército Brasileiro, a Banda Devassa vem mostrar quem, de fato, é esse militar e quais são suas origens, à luz do pensamento social brasileiro, tendo como base a perspectiva da formação da nossa Nação. Esperamos conseguir ponderar os argumentos daqueles grupos que, muitas vezes, são carregados de ideologias e... "falta de conhecimento da história".

De início, não há como falar de "nacionalidade brasileira" sem mencionar "Gilberto Freyre" e seu livro "Casa Grande e Senzala". Afirma o autor que ela é produto de um “equilíbrio de antagonismos”, característico do nosso período colonial. Segundo Freyre, não sofremos um processo puro de europeização no Brasil, pois tivemos influência da cultura indígena e da mediação africana. 

O escritor destaca a "miscigenação" como uma das características marcantes dessa formação social em terras brasileiras, que se apoiou na isenção de qualquer tipo de preconceito de raça por parte do colonizador português. Aqui, diferentemente do que ocorreu no México e Peru, aproveitou-se da gente nativa para o trabalho e a formação da família.

"Nossos soldados"... têm muito desses primeiros habitantes. Como relatou o coronel e historiador "João Batista Magalhães", em seu trabalho "sobre a evolução militar do Brasil", muito devemos aos aborígenes, com seus diversos graus de cultura e diferenciação de costumes. O pesquisador registrou que o hábito da vida na floresta dava-lhes assinalada faculdade de caçadores. As notórias capacidades, aperfeiçoadas ao longo do tempo, tipificam, hoje... "um dos melhores combatentes em ambiente de selva", reconhecidos internacionalmente:  "OS SOLDADOS BRASILEIROS" !!!! 

Do "Império" até a "Guerra da Tríplice Aliança" (1864-1870), percebe-se o quanto nossos soldados eram cidadãos comuns e "PATRIOTAS", como se observa no relato exultante de "Francisco Otaviano", diplomata e poeta, sobre a entrada das tropas brasileiras ao sul do Paraguai, em 1866: 
>>> “Vivam os brasileiros, sejam brancos, negros, mulatos ou caboclos! Vivam! Que gente brava!”. (A despeito da imprecisão dos dados demográficos existentes na ocasião, praticamente um quarto da população da época era composta de "escravos negros").

Sendo assim... o Exército Brasileiro dificilmente poderia ser compreendido como uma força de escravos, contrariando o que muitos ainda pensam hoje...

Dessa forma, falar dos "soldados do Exército" é falar da mesma gente da nossa terra, da mistura de raças tão bem colocada por "Freyre" e das gentes que inspiraram "Hendrik Kraay", quando escreveu o artigo sobre os "zuavos baianos" e outras companhias negras na "Guerra do Paraguai": 
>>> “a guerra foi uma experiência racialmente compartilhada, que forjou a nacionalidade nos campos de batalha".

No século XX, durante a "2ª Guerra Mundial", nossos "pracinhas", superando toda sorte de dificuldades em um conflito ultramarino e em "favor da democracia", foram combater o "nazifascismo na Itália", com o (apoio explícito da população). A Força Expedicionária Brasileira representou o sentimento do País, cuja canção retrata fielmente o vínculo do soldado com o cidadão comum:

CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO.

Você sabe de onde eu venho?
Venho do morro, do Engenho,
Das selvas, dos cafezais,
Da boa terra do coco,
Da choupana onde um é pouco,
Dois é bom, três é demais,
Venho das praias sedosas,
Das montanhas alterosas,
Dos pampas, do seringal,
Das margens crespas dos rios,
Dos verdes mares bravios
Da minha terra natal. 

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:

Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Eu venho da minha terra,
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão;
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão,
Braços mornos de Moema,
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim.
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim !!!!

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:

Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Você sabe de onde eu venho ?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão;
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração.
Deixei lá atrás meu terreno,
Meu limão, meu limoeiro,
Meu pé de jacaranda,
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina,
Onde canta o sabiá.

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:

Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

Venho do além desse monte
Que ainda azula o horizonte,
Onde o nosso amor nasceu;
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado,
De saudade já morreu.

Venho do verde mais belo,
Do mais dourado amarelo,
Do azul mais cheio de luz,
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas,
Fazendo o sinal da Cruz !!!!

Por mais terras que eu percorra,
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá;
Sem que leve por divisa
Esse "V" que simboliza
A vitória que virá:

Nossa vitória final,
Que é a mira do meu fuzil,
A ração do meu bornal,
A água do meu cantil,
As asas do meu ideal,
A glória do meu Brasil.

(DE ALMEIDA, Guilherme; ROSSI, Spartaco. - "Canção do Expedicionário") 

Portanto... "não existe razão para querer separar os militares do povo brasileiro"... ou criar antagonismos que nunca existiram. "O soldado é um cidadão fardado", com todos os seus atributos e defeitos. Por certo que a profissão militar não é para todos, assim como não é a do médico ou advogado. Não somos nem melhores, nem piores; "apenas diferentes", como diz um conhecido bordão.

"Caio Prado Junior", em "Formação do Brasil Contemporâneo", referiu-se a uma “uniformidade de atitudes”, incluídas aí as crenças, a língua e os usos, que favoreceram a base psicológica e moral da Nação brasileira e mantiveram sua integridade desde a época colonial... 

>>> "Façamos dessa marca tipicamente brasileira, nossa fusão de raças e nosso maior trunfo para construir um Brasil digno para as próximas gerações". 

>>> Nunca esqueça que, dentro de cada Soldado, existe um brasileiro como VOCÊ... "por você e por todos nós" !!!!

ACORDA BRASIL !!!!

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