AVÁ-CANOEIRO... 
um povo legítimo brasileiro... "invisível e em extinção".
Acabei de assistir ao Documentário (A' Uwe na TV Cultura), o melhor canal televisivo aberto para se assistir num domingo em casa. O documentário foi sobre o povo "Avá-canoeiro". 
Como brasileiro, sinto vergonha em não conhecer a fundo sobre o povo originário de minha Pátria Amada Brasil... 
Somos uma nação colonizada !@!! 
Aprendemos e conhecemos a cultura dos povos europeus que nos colonizaram, e nos povoaram e seguimos os padrões "impostos pelo Império Americano". 
Ao assistir a este programa, meu coração ficou apertado em ver do que "colonizadores brancos foram capazes de fazer para dominar nosso povo". 
E apesar de ter sido o primeiro habitante brasileiro, hoje o índio é quase um estranho em sua própria terra. E o principal desafio de um estranho é justamente se fazer conhecer. 
"A' Uwe" quer dizer (Povo Indígena) na língua Xavante. 
O Documentário se chama "Avá-canoeiro": (a teia de um povo invisível).  
Coisas que achei interessantes no documentário:
Em 1760, era composto por cerca de três mil nativos e o que restou deste bravo povo, (foram 2 famílias) que estão separadas, uma no Norte de Goiás na reserva demarcada em Minaçu e outra na Ilha do Bananal no Tocantins. 
Eles foram se separando ao longo dos anos para despistar o "turí" (homem branco) que veio com espingarda e matou... dizimou os avás sem dó nem piedade. 
Depois veio a hidrelétrica que os expulsou de vez de suas terras. Com isto se fragmentaram, os parentes se espalharam pelo centro do Brasil. Foram encontrados alguns perambulando pela região... e existem grandes esforços da Funai em juntá-los para que possam, quem sabe, estancar sua extinção definitiva e recuperar sua cultura.. 
Foi o único povo indígena que "construiu e usou instrumento de corda". O instrumento é único mas não consegui referências a ele na internet... seu nome é algo como "movocape" e é uma mini canoa onde é amarrado um fio - (feito um berimbau) - e o oco da canoa faz ecoar o som da corda única. Um precursor do violão... este som não é mais ouvido nas florestas do Araguaia, pois o povo avá-canoeiro está quase extinto. 
Em novembro de 1973 aconteceu o genocídio. Foram caçados e dizimados os últimos guerreiros que restaram. Eles eram indomáveis. Um povo guerreiro e de muita luta. Resistiram até a quase extinção... pois não se deixavam dominar, não entregavam suas mulheres e elas resistiam até morrer. 
Eles se escondiam nas florestas e saiam apenas à noite com a "luz de Jái" (Lua) para caçar. Durante o dia tinham de ficar imóveis e silenciosos para não serem caçados pelo homem branco. 
As índias provocavam aborto (pois ter filhos significava serem descobertos já que a criança chora)... "menino não podia chorar de dia de jeito nenhum...". 
O relato mais trágico desta luta pela sobrevivência, foi o relato de como a índia provocava o aborto. (Ela massageava o útero até encontrar o feto e o apertava até esmagá-lo). Depois tomava um chá de uma erva forte e pulava e dançava horas a fio, até expelir o feto...
Há uma pergunta entre os sertanejos e indigenistas: 
- "Por quê o povo avá-canoeiro era tão feliz, apesar de tanta atrocidade que sofreu?" 
A resposta é mais intrigante... 
- "é porque os avá-canoeiros têm apenas um deus e este deus é bom. Ele dá a natureza farta, em forma de frutas, flores, floresta, bichos e índios... depois de um tempo leva-a para reciclar e a manda de volta..."
Alguns de seus nomes são muito bonitos e curtinhos: 
Túia, Tutí... e sua língua descende do tupi. 
- "Sua origem é mistério para os estudiosos". 
(Banda Devassa-Rio - 17 de fevereiro de 2019).
 
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