domingo, 17 de fevereiro de 2019

Banda Devassa - "Cândido Mariano Rondon" - (Mestre Jonas).

Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).


AVÁ-CANOEIRO...
um povo legítimo brasileiro... "invisível e em extinção".

Acabei de assistir ao Documentário (A' Uwe na TV Cultura), o melhor canal televisivo aberto para se assistir num domingo em casa. O documentário foi sobre o povo "Avá-canoeiro".

Como brasileiro, sinto vergonha em não conhecer a fundo sobre o povo originário de minha Pátria Amada Brasil...
Somos uma nação colonizada !@!!

Aprendemos e conhecemos a cultura dos povos europeus que nos colonizaram, e nos povoaram e seguimos os padrões "impostos pelo Império Americano".

Ao assistir a este programa, meu coração ficou apertado em ver do que "colonizadores brancos foram capazes de fazer para dominar nosso povo".

E apesar de ter sido o primeiro habitante brasileiro, hoje o índio é quase um estranho em sua própria terra. E o principal desafio de um estranho é justamente se fazer conhecer.


"A' Uwe" quer dizer (Povo Indígena) na língua Xavante.
O Documentário se chama "Avá-canoeiro": (a teia de um povo invisível).

Coisas que achei interessantes no documentário:

Em 1760, era composto por cerca de três mil nativos e o que restou deste bravo povo, (foram 2 famílias) que estão separadas, uma no Norte de Goiás na reserva demarcada em Minaçu e outra na Ilha do Bananal no Tocantins.

Eles foram se separando ao longo dos anos para despistar o "turí" (homem branco) que veio com espingarda e matou... dizimou os avás sem dó nem piedade.

Depois veio a hidrelétrica que os expulsou de vez de suas terras. Com isto se fragmentaram, os parentes se espalharam pelo centro do Brasil. Foram encontrados alguns perambulando pela região... e existem grandes esforços da Funai em juntá-los para que possam, quem sabe, estancar sua extinção definitiva e recuperar sua cultura..

Foi o único povo indígena que "construiu e usou instrumento de corda". O instrumento é único mas não consegui referências a ele na internet... seu nome é algo como "movocape" e é uma mini canoa onde é amarrado um fio - (feito um berimbau) - e o oco da canoa faz ecoar o som da corda única. Um precursor do violão... este som não é mais ouvido nas florestas do Araguaia, pois o povo avá-canoeiro está quase extinto.

Em novembro de 1973 aconteceu o genocídio. Foram caçados e dizimados os últimos guerreiros que restaram. Eles eram indomáveis. Um povo guerreiro e de muita luta. Resistiram até a quase extinção... pois não se deixavam dominar, não entregavam suas mulheres e elas resistiam até morrer.

Eles se escondiam nas florestas e saiam apenas à noite com a "luz de Jái" (Lua) para caçar. Durante o dia tinham de ficar imóveis e silenciosos para não serem caçados pelo homem branco.

As índias provocavam aborto (pois ter filhos significava serem descobertos já que a criança chora)... "menino não podia chorar de dia de jeito nenhum...".


O relato mais trágico desta luta pela sobrevivência, foi o relato de como a índia provocava o aborto. (Ela massageava o útero até encontrar o feto e o apertava até esmagá-lo). Depois tomava um chá de uma erva forte e pulava e dançava horas a fio, até expelir o feto...

Há uma pergunta entre os sertanejos e indigenistas:

- "Por quê o povo avá-canoeiro era tão feliz, apesar de tanta atrocidade que sofreu?"

A resposta é mais intrigante...

- "é porque os avá-canoeiros têm apenas um deus e este deus é bom. Ele dá a natureza farta, em forma de frutas, flores, floresta, bichos e índios... depois de um tempo leva-a para reciclar e a manda de volta..."

Alguns de seus nomes são muito bonitos e curtinhos:
Túia, Tutí... e sua língua descende do tupi.
- "Sua origem é mistério para os estudiosos".

(Banda Devassa-Rio - 17 de fevereiro de 2019).

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