sábado, 16 de fevereiro de 2019

Banda Devassa - "Marina Julia" - Praça Marechal Mauricio Cardoso. Vídeo ...

Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).


"A MULHER SELVAGEM"...
(Crônica em Homenagem às Mulheres).

>>> "Essa crônica é uma homenagem à todas as mulheres, que se desdobram em mil, que são sempre tão dinâmicas e otimistas, que acreditam na vida e no amor e que jamais desistem de si mesmas" !!!! (Banda Devassa).

Sua beleza é arisca... arredia aos modismos.

Ela encanta "por um não-sei-quê indefinível"... mas que também agride o olhar...

É um tipo raro e não tem habitat definido: vive em Catmandu, mora no prédio ao lado ou se mudou ontem para Barroquinha.
E não deixou o endereço. "É ela... a mulher selvagem".

"Em quase tudo ela é uma mulher comum": pega metrô lotado, aproveita as promoções, bota o lixo para fora e tem dia que desiste de sair porque "se acha um trapo".

"Porém em tudo que faz exala um frescor de liberdade".
E também dá arrepios: você tem a impressão que viu "uma loba na espreita". Você se assusta, olha de novo... e quem está ali é a mulher doce e simpática, ajeitando dengosa o cabelo, quase uma menininha. Mas por um segundo "você viu a loba", viu sim. "É a mulher selvagem" !!!!

A sociedade tenta mas não pode domesticá-la, "ela se esquiva das regras".

"Quando você pensa que capturou... escapole feito água entre os dedos".

"Quando pensa que finalmente a conhece... ela surpreende outra vez".

Tem a alma livre e só se submete quando quer. Por isso escolhe seus parceiros entre os que cultuam a liberdade. E como os reconhece? Como toda loba... (pelo cheiro), por isso é bom não abusar de perfumes. Seu movimento tem graça, o olhar destila uma sensualidade natural... mas, cuidado, não vá passando a mão. Ela é um bicho, não esqueça. Gosta de afago mas também arranha...

Mulheres gostam de fazer mistério. Ela não... "ela é o mistério".

"Por uma razão simples: a mulher selvagem sabe que a vida é uma coisa assombrosa e perfeita e viver é o mais sagrado dos rituais".

Ela sente as estações e se movimenta com os ventos, rindo da chuva e chorando com os rios que morrem.

"Coleciona pedrinhas, fala com plantas e de uma hora para outra quer ficar só, não insista".

Não... ela não é uma esotérica deslumbrada mas vive se deslumbrando: com as heroínas dos filmes, aquela livraria nova, um presente inesperado... "Ela se apaixona, sonha acordada e tem insônia por amor. As injustiças do mundo a angustiam mas ela respira fundo e renova sua fé na humanidade".

"Luta todos os dias por seus sonhos, adormece em meio a perguntas sem respostas e desperta com o sussurro das manhãs em seu ouvido, mais um dia perfeito para celebrar o imenso mistério de estar vivo".

Ela equilibra em si cultura e natureza, movendo-se bela e poética entre os dois extremos da humana condição. Ela é rara, sim, mas não é uma aberração, um desvio evolutivo. Pelo contrário:

>>> "ela é a mais arquetípica e genuína expressão da feminilidade, a eterna celebração do sagrado feminino".

>>> "Ela está aí nas ruas, todos os dias".

"A mulher selvagem ainda sobrevive em todas as mulheres mas a maioria tem medo e a mantém enjaulada".

Ela é o que todas as mulheres são, sempre foram, "mas a grande maioria esqueceu".

"Felizmente algumas lembraram". Foram incompreendidas, sim, mas lamberam suas feridas "e encontraram o caminho de volta à sua própria natureza".

Esta crônica é uma homenagem a ela, a mulher selvagem, o tipo que fascina os homens que não têm medo do feminino. Eles ficam um pouco nervosos, é verdade, quando de repente se vêem frente a frente com um espécime desses.

Por isso é que às vezes sobem correndo na primeira árvore. Mas é normal. Depois eles descem, se aproximam desconfiados, trocam os cheiros e aí...
>>> "Bem, aí a Natureza sabe o que faz" !@!!

(Banda Devassa-Rio - 16 de fevereiro de 2019).

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