EMPRESA QUER ABATER JUMENTOS NO NORDESTE E VENDER CARNE E DERIVADOS À CHINA.
O "ELIXIR MILAGROSO" CHINÊS QUE QUE AMEAÇA BURROS POR TODO O MUNDO.
Chama-se "ejiao" e é apresentado como um "elixir milagroso" obtido a partir da pele de burros.
PROBLEMA: a China não tem burros suficientes para o produzir. E o comércio (legal e ilegal) destes "animais sociais e inteligentes" está a ameaçar o seu bem-estar e as comunidades que dependem deles.
A "carne de jumento" pode começar a ser vendida para o mercado externo, especialmente a China. Uma empresa criadora de jumentos do Rio Grande do Norte solicitou autorização do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para abater os animais. Se autorizada, será a primeira empresa do Nordeste com essa finalidade.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Nordeste possui quase 90% dos jumentos do país (877 mil, em 2013). Os dados, porém, contabilizam somente os animais com donos, (e estima-se que haja um número bem maior).
Com a popularização das motos entre os nordestinos, os jumentos - (ou jegues, como também são chamados) - "passaram a ser abandonados". Diego Rego, sócio-administrador da GBI-Agro, teve a ideia de abater jumentos após ver o interesse de chineses sobre o assunto...
>>> "Eles sempre me perguntavam se existiam muitos animais aqui no Brasil, se existia algum trabalho feito com eles", (diz).
>>> "Vi que existia um grande negócio para explorar".
Além da carne, couro, miúdos, leite, derivados do leite e outros itens serão colocados no mercado, caso a empresa receba a autorização do ministério.
IDEIA TAMBÉM É VENDER NO BRASIL.
A ideia do grupo é vender, inicialmente, 100% dos produtos para o mercado estrangeiro.
>>> "Mas pretendemos, sim, tentar implantar no mercado interno", (diz, citando que além da carne)...
>>> "será tudo do animal". (Rego não diz qual o investimento já feito pela empresa).
O grupo cadastra possíveis criadores que venderão jumentos, além de ter produção própria. Segundo Rego, a empresa também se propõe a buscar animais soltos em rodovias e, assim, ajudar na luta das autoridades de trânsito para reduzir acidentes.
OUTROS PROJETOS.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, existem hoje quatro frigoríficos autorizados no país a abater jumentos: dois no Paraná, um no Rio Grande do Sul e outro em Minas Gerais. Desses, entretanto, apenas dois (RS e MG) fizeram abates em 2016.
Dados do "sistema Alice" (Análise das Informações de Comércio Exterior), do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, apontam que a exportação do item "carnes de animais das espécies cavalar, asinina e muar, frescas, refrigeradas ou congeladas" foi de 2,7 mil toneladas no ano passado, com faturamento de US$ 7,8 milhões.
A superintendência do ministério no Rio Grande do Norte informou que recebeu o pedido da GBI e o devolveu, após análise, para que algumas questões fossem esclarecidas.
CRÍTICAS AO ABATE.
O abate de jumentos, porém, vem gerando críticas de ambientalistas nordestinos. A ONG Defesa da Natureza e dos Animais, de Mossoró (RN), diz que pode haver risco de "extinção" caso comece o abate do animal na região.
"Nos últimos 10 anos, sem intervenção para o abate, essa população de jumentos está caindo. Imagina se simplesmente começarmos a abatê-los?"
(Banda Devassa - Rio - 02/12/2018).
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