domingo, 2 de dezembro de 2018

PMPE 2018 DOCUMENTÁRIO | ESCRAVIDÃO: TRÁFICO, COTIDIANO, RESISTÊNCIA E A...

Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).


DOCUMENTÁRIO...
"A ÚLTIMA ABOLIÇÃO"
É LANÇADO EM CIRCUITO NACIONAL.

(Marcando a estreia de "Alice Gomes" na direção, o filme rememora os movimentos abolicionistas, seus desdobramentos e a consequente situação do negro na sociedade contemporânea brasileira).

Fundamental para a análise da trajetória da população afrodescendente e seu espaço na sociedade contemporânea, o fim da escravidão no Brasil é o cerne de “A Última Abolição”, documentário que marca a estreia da roteirista "Alice Gomes" na direção e chega aos cinemas em 18 de Outubro.

Produzido pela Gávea Filmes e Esmeralda Produções, tendo a Buda Filmes como produtora associada e coprodução da Globo Filmes, Globo News e TV Escola, o longa-metragem faz uma pesquisa abrangente e abarca dos primeiros movimentos abolicionistas no século XVIII às recentes políticas de ações afirmativas, passando por revoltas, lutas, greves, quilombos e líderes da própria população negra, chegando ao encarceramento e extermínio de jovens negros no país.

Tratando o tema como um todo, o filme aborda a chegada dos primeiros navios negreiros, o fortalecimento dos movimentos abolicionistas, o cenário pós-abolição e a condição do negro na sociedade desde aquela época.

>>> “É enorme a necessidade de se falar sobre a resistência escrava no período e as nuances do abolicionismo no Brasil porque, embora sejam temas muito estudados na academia, são pouco explorados no nosso audiovisual”, (enfatiza Alice).

Com mais de uma década dedicada aos estudos das questões raciais e um grande período na militância, a jornalista e pesquisadora Luciana relembra com orgulho os primeiros pilares para a construção do filme, iniciado há dois anos.

>>> “É um filme inédito do ponto de vista da pesquisa, dos entrevistados, da equipe e do olhar que lançamos sobre o 13 de maio. Apresentamos um material rico, consistente e muito informativo, onde prevalece a ótica de pesquisadores, especialistas em história, quase todos negros”, (observa).

>>> “Foi terrível digerir as atrocidades que foram cometidas contra os escravizados neste país e pensar no quanto essa história é negligenciada. E, pior ainda, ter que perceber o tempo todo o quanto os 350 anos de escravidão estão presentes na nossa história atual de violações diárias de direitos que acometem a população preta e parda até hoje”. (conclui).

Encabeçando a lista dos países que mais receberam populações africanas escravizadas (5,8 milhões de negros ao longo de três séculos e meio), o Brasil foi o "último país" ocidental a abolir a escravidão, em 1888.

>>> “Acho que o principal desafio desse filme é mostrar uma visão da história mais complexa do que a que aprendemos na escola. Conhecer nosso passado e suas nuances é essencial tanto para entendermos o presente, quanto para ajudarmos a traçar estratégias e planos para melhorar o futuro”. (Alice Gomes).

O longa investiga como a escravidão passou de algo moralmente aceito a uma "pratica condenável" em nível internacional sempre construído com base em depoimentos de historiadores, sociólogos e líderes do movimento de consciência negra.

>>> “O mito da DEMOCRACIA RACIAL ainda vigora em nossa sociedade e isso é muito NOCIVO para a população negra, pois dificulta o debate e combate ao preconceito. Temos que enxergar nossa sociedade como ela realmente é: EXCLUDENTE... desigual e falsamente cordial. Quero valorizar a luta constante do povo negro no Brasil, seja por liberdade, como no passado, ou por direitos e igualdade, como no presente”. (pontua a diretora).

O filme tem tomadas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e é inteiramente baseado em depoimentos de estudiosos do tema, como os historiadores "João José Reis", "Ana Flávia Magalhães" e "Giovana Xavier", entre muitos outros.

>>> “Nossa preocupação sempre foi ampliar a voz de intelectuais e profissionais negros que lutam para valorizar a importância do negro na história, combatendo o preconceito racial e diminuindo as injustiças sociais. Como diz Sueli Carneiro num belíssimo depoimento para o filme... acredito que um NOVO CONTRATO SOCIAL mais igualitário entre brancos e negros seja possível”. (encerra).

(Banda Devassa - Rio. - 02/12/2018).

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