segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Banda Devassa - Rio. - XXII MAREXAER 2017 - "Pista de Pentatlo Militar" ...

Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).


PRIVADA I... "O HOMEM E SUA OBRA"...

"Este ódio de tudo o que é humano, de tudo o que é 'animal' e mais ainda de tudo que é 'matéria', este horror dos sentidos (...) tudo isso significa (...) vontade de aniquilamento, hostilidade à vida, recusa em se admitir as condições fundamentais da própria vida". (Nietzsche).

O Homem é o novo rico da natureza. Assim que nos demos conta de que éramos os únicos na vizinhança que falávamos, fazíamos as quatro operações e conseguíamos encostar o dedão no mindinho, ficamos profundamente, "irremediavelmente bestas". Cobrimos a pele com panos, penteamos o cabelo pra trás, passamos uma salivinha na sobrancelha, dissemos:

>> adeus, bicho !!!! e saímos da selva. Nem mal deixamos o bosque, passamos a esnobá-lo e a condenar as atitudes de todos os seus habitantes.

Nós éramos superiores !!!! Nós dominávamos a natureza!!!! Nós usávamos ferramentas, meias e fio dental !!!l!

Novo rico que se preze, no entanto, dá bandeira. Há sempre um douradinho além da conta, um sotaque suburbano escapando num momento de exaltação, um conversível rosa com a placa "mom ou dad". Com a humanidade também é assim. Por mais que consigamos trocar nossos "odores naturais" por mentol, eucalipto ou tutti-frutti, gastemos um bilhão de dólares em pesquisa para criar lâminas capazes de raspar perfeitamente nossos pelos e cubramos toda a crosta da terra com "asfalto" e "carpete sintético", um ato sempre nos denunciará o passado selvagem, a natureza animal: a... "cagada" !!!!

Ali não tem desculpa, não tem disfarce. A merda é nossa ligação perene com a floresta, com o barro de onde viemos. Aí não tem talher nem tailleur nenhum que nos diferencie da arara ou do tamanduá. Nus como as trutas, acocorados como os cães, expelimos a verdade universal, fisiológica, cilíndrica e obscura que por tanto tempo tentamos ocultar.

Somos animais !!!! Temendo uma reflexão mais elaborada sobre o assunto, e sabendo das consequências que tamanha verdade traria uma vez revelada, desde cedo cuidamos de camuflar o assunto.

Fizemos com a bosta o que fazemos com as putas, as drogas e tudo aquilo que é necessário existir, mas não é preciso divulgar; marginalizamo-la. Condenamos as fezes ao ostracismo. No início, enquanto vagávamos nômades, a coisa era bem fácil.
O sujeito simplesmente se afastava um pouco da horda, fazia o que tinha de fazer e ia embora, deixando as sujeiras para trás.

Estávamos literalmente... "cagando e andando". Quando os primeiros povos dominaram as técnicas de irrigação e, portanto, a agricultura, passaram a viver fixos num determinado local, e... "defecar" ficou um pouquinho mais complicado. O sujeito tinha que sair da aldeia, andar um pouco... achar uma moita, cavar um buraco, fazer e enterrar. Durante muito tempo a coisa rolou assim, trabalhosa... mas sem maiores problemas.

Foi o crescimento da população e das aldeias que começou a complicar o processo. A "moitinha" ia ficando cada vez mais longe de casa, corria-se sempre o risco de se encontrar um conhecido por lá e, pior de tudo... "cavar um buraco de segunda mão".

Dizem que foi um "bretão" chamado "Walter Collins" que teve a brilhante ideia: cavar um buraco bem fundo no quintal de casa e cercá-lo por paredes. Em pouco tempo a invenção de "Walter", assim como "suas iniciais", já podiam ser vistas em grande parte do mundo. Parecia que o problema havia sido solucionado. Mas veio a "revolução industrial", o grande êxodo para as cidades e os quintais, como se sabe, "foram pra cucuia"...

Talvez tenha sido esse o momento mais difícil da humanidade frente aos seus... "excrementos", o clímax entre o Homem e sua "sombra animal". Tivemos que trazer a "bosta" para dentro de nosso próprio lar. Para que isso fosse possível, bastava que jamais assumíssemos o verdadeiro fim do aposento que... "covardemente", eufemisticamente, chamamos de... "banheiro".

Sim... meus caros, para não dar nas vistas, inventamos o "chuveiro", a "banheira", a "higiene bucal", o secador de cabelo, o rímel, o blush e o batom, a acne e os tratamentos anti-acne e todas as outras coisas para se fazer ali.

Além disso, criou-se um arsenal "para se disfarçar o cocô": sprays com odor de rosas, sachês que deixam a água da privada azul, verde ou rosa, exaustores, bidês e papeis higiênicos "perfumados". Ali, naquele ambiente "cientificamente controlado", podemos aliviar as nossas necessidades com o máximo distanciamento possível...

Após dar a descarga, nosso cocô é mandado para "esgotos submersos", que desembocam em rios que vão dar lá longe no oceano.

Sanamos o problema por enquanto, mas é só uma questão de tempo...

Todo esse cocô está se... (unindo), formando o maior movimento "underground do mundo" !!!!

Nossas cidades, nossos países estão boiando sobre... "rios de merda"...

Fala-se muito no "fim do petróleo" e no "fim da água", mas... "não será assim que nós morreremos" !!!!

Numa incerta manhã um cidadão dará a "descarga" e... como na piada, ouvirá o estrondo:

>>> "o subsolo, entupido, explodirá"...

A verdade, reprimida por séculos e séculos... EMERGIRÁ...

>>> "Só nesse dia todos perceberão o tamanho da CAGADA em que nos metemos desde o dia em que resolvemos sair da FLORESTA" !!!!

E não haverá sachê nem bom ar que dê jeito...

Como se sabe... "só as baratas sobreviverão".

(ALERTA... Banda Devassa - Rio - 04/12/2018).

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