FAZER VINHO É UMA TÉCNICA...
"UM BOM VINHO É UMA ARTE".
Existem indústrias que podem ser forçadas a instalar-se em nosso país, trazendo tecnologia e gerando empregos, com a simples imposição de tarifas de importação para seus produtos.
Exemplo da automobilística. Já algumas, que dependem de fatores intrínsecos ao país, como o (clima e o solo), ou seja, o indispensável "terroir", não conseguem transmudar-se de suas regiões para outras sem tal vocação. É o caso da vinicultura.
Para que prospere, exige um clima com determinadas características. O ideal é o temperado, nas zonas situadas entre 30 e 50 graus de latitude norte e sul. O Brasil tem apenas uma pequena faixa na região da Campanha, limites com o Uruguai.
Ali, existem parcerias com Argentina e Chile gerando poucos, porém bons vinhos. Sequer atende ao consumo do sul-sudeste brasileiro. E com preço alto.
A grande parte do nosso vinho fica a dever em qualidade.
A Argentina, (bem depois do Chile), só conseguiu o reconhecimento do mundo, diminuindo a fabricação de vinhos de garrafão.
Ocupa-se o solo com parreiras desqualificadas em detrimento de cepas de primeira linha. Sou testemunha de tal fato, quando visitei o Rio Grande Do Sul. Conheci um grande produtor e indaguei sobre a causa de não iniciar a substituição de cepas inferiores por cepas viníferas.
Disse que o mercado interno consome uma enormidade de suas “garapas”, garantindo o faturamento da indústria. Resultado: qualquer vinho nacional de qualidade mediana tem maior preço que vinhos de melhor patamar feitos em países sul-americanos.
"Proteger a vitivinicultura brasileira, colocando empecilhos nas importações de bons vinhos, é continuar estimulando os produtores locais a não se cultuarem".
Quando no vale do Napa, Califórnia, Estados Unidos, sob a liderança de "Robert Mondavi", que herdou do pai o gosto pela cultura do vinho, entenderam que só com "qualidade" concorreriam com o bom vinho francês, foram para dentro de laboratórios pesquisar solos, cepas, uvas, safras, fundaram a "Faculdade de Enologia na Universidade de Davis", e, em alguns anos, produziram tintos e brancos, principalmente, que colocados em testes de "degustação às cegas", venceram seus concorrentes dentro da própria França no famoso "Julgamento de Paris".
>>> E como jurados; sommeliers, enólogos e degustadores franceses. (Passaram-se duas gerações para esse sucesso).
Portanto, quanto mais tempo nossos vitivinicultores continuarem a espera de benesses governamentais em vez de iniciarem o plantio de mais cepas nobres, mais distantes ficarão do crescente mercado desta bebida emblemática.
Como disse "Mondavi":
>>> “Fazer vinho é uma técnica... um bom vinho é uma arte”.
(Banda Devassa-Rio - 09 de Janeiro de 2019).
Nenhum comentário:
Postar um comentário