"A CORRIDA DO NIÓBIO"...
(Metal emblemático do governo Bolsonaro atinge alta histórica e ganha novas aplicações na indústria automobilística e na construção civil).
ALTO VALOR - Pequenas quantidades do produto tornam o aço mais resistente, leve e flexível.
O presidente "Jair Bolsonaro" é um entusiasta do "nióbio", metal que forma uma liga de alta resistência e maleabilidade com o aço e cujo mercado mundial é dominado por uma empresa nacional, a "Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração" (CBMM), controlada pela (família Moreira Salles).
Em um vídeo gravado há dois anos, Bolsonaro dizia que o produto seria capaz de garantir a "independência econômica do País".
Empolgado, ele planejava a criação de um "Vale do Nióbio" na região de Araxá, em Minas Gerais, onde fica a mineradora, nos moldes do "Vale do Silício", (pólo tecnológico na Califórnia).
A ideia parecia boa, mas era exagerada. Embora seja muito útil e valioso e renda US$ 2 bilhões em exportações por ano para o País, o nióbio não é insubstituível e nem é uma panaceia.
Para fazer crescer seu mercado e desenvolver novas utilizações, a CBMM tem que investir US$ 150 milhões por ano em tecnologia.
PREÇO EM ALTA.
“A capacidade produtiva atual é maior do que demanda, então não faz sentido aumentar muito a produção”. (diz "Eduardo Ribeiro", CEO da CBMM), que tem 80% do mercado mundial.
>>> “Se a gente considerar que o Brasil esse ano vai exportar mais de US$ 200 bilhões, o nióbio representa menos de 1% do total de exportações”.
Atualmente o preço do produto está em alta. O ano de 2018 foi excelente para a CBMM, que vem ampliando as utilizações do Nióbio na área da construção civil e na indústria automobilística, inclusive com a produção de baterias para carros elétricos.
Há também aplicações especiais como turbinas de aviões e supercondutores utilizados em equipamentos médicos. Houve um aumento do mercado de 25% em 2018 em relação a 2017.
Normalmente os negócios da CBMM crescem entre 5% e 6% ao ano. O preço no período, depois de uma queda prolongada, chegou a 38 dólares por quilo de nióbio, próximo da maior marca histórica, de 42 dólares, alcançada em setembro de 2008.
>>> “Não é porque somos líderes de mercado que podemos cobrar o que quisermos”. (afirma Ribeiro).
>>> “Os nossos clientes têm alternativas e, no ano passado, conseguimos elevar o preço porque a cotação do "vanádio", (metal concorrente), mais do que dobrou”.
Atualmente o mercado mundial de "nióbio" está em torno de 120 mil toneladas por ano - (a capacidade produtiva da CBMM é de 110 mil toneladas). Para efeito comparativo, a produção anual de aço é de 1,7 bilhões de toneladas.
Usa-se 500 gramas de nióbio para cada tonelada de aço, a fim de melhorar suas propriedades - (atualmente entre 10% a 12% do aço produzido no mundo contem nióbio).
Embora a produção de nióbio esteja concentrada no Brasil (o País explora 98,2% das reservas ativas no mundo), existem reservas identificadas e (não exploradas) em várias outras partes do mundo. Se houver um grande aumento da demanda, novas jazidas começarão a ser exploradas e o preço cairá.
Apesar de ser um produto muito interessante e estratégico, o nióbio está longe de ser a solução para os problemas econômicos do Brasil.
(Banda Devassa-Rio - 19 de Janeiro de 2019).
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