sábado, 30 de junho de 2018

Banda Devassa - XXI MAREXAER 2016 - APARECIDA DO NORTE (VÍDEO 10).



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

TERCEIRO SETOR...

"Terceiro setor" é formado por associações e entidades sem fins lucrativos, e é classificado como "terceiro setor", em sociologia. O termo é de origem americana, (Third Sector), muito utilizado nos Estados Unidos, e o Brasil utiliza a mesma classificação.

A sociedade civil é dividida em três setores... "primeiro, segundo e terceiro". O primeiro setor é formado pelo Governo, o segundo setor é formado pelas empresas privadas, e o terceiro setor são as associações sem fins lucrativos. O terceiro setor contribui para chegar a locais onde o "Estado" não conseguiu chegar, fazendo ações solidárias, portanto possui um papel fundamental na sociedade.

Existem várias organizações que fazem parte do terceiro setor, como as "ONGs" (Organizações Não Governamentais) e "OSCIPs" (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). O terceiro setor é composto quase que, em sua totalidade, de "mão-de-obra voluntária", pessoas que trabalham e não recebem remuneração para isso.

O terceiro setor é mantido com iniciativas privadas e até mesmo incentivos do Governo, com repasse de verbas públicas. As entidade do terceiro setor têm como objetivo principal melhorar qualidade de vida dos necessitados, sejam ele crianças, adultos, animais, meio ambiente, e etc.

As fundações, associações, instituições do terceiro setor estão muitas vezes envolvidas com obras de filantropia. É importante referir que as empresas que têm "responsabilidade social" também podem contribuir para uma sociedade mais equilibrada e justa.

TERCEIRO SETOR E SERVIÇO SOCIAL...

O terceiro setor está intimamente relacionado com a "área de serviço social", sendo que muitas vezes os assistentes sociais desempenham um papel fundamental na atuação dos elementos do terceiro setor na sociedade. Assim, é possível afirmar que o terceiro setor é responsável pelo desenvolvimento social.

TERCEIRO SETOR NO BRASIL...

No Brasil, o terceiro setor não está tão forte como em países como os Estados Unidos da América, que tem várias instituições e uma vasta rede de voluntários.

Um interveniente do terceiro setor que atue no Brasil pode ter a sua sede no estrangeiro. Mesmo que isso aconteça, no âmbito contabilístico, essa entidade deve seguir as "NBBD" (Normas Brasileiras da Banda Devassa)... (devassa-se...).

Banda Devassa - "VLT PRAÇA MAUÁ" (Janeiro - 2017).



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

"RENDEZ-VOUS COM PAPAI NOEL"
(Crônica de Natal - Dezembro/2012).

Poderia ter usado a verdadeira tradução em nosso vernáculo dessa expressão francesa para intitular esta crônica. Contudo, nesta época de vários tons de cinza, nada como também usar de uma artimanha editorial para fisgar leitores incautos.

Fica assim combinado: foi um simples encontro cordial com o velhinho, neste caso um simpático Papai Noel. Não se trata de ficção. Encontrei-me efetivamente com ele, o mesmo que, neste fim de ano, bate ponto no Shopping da Praia da Costa e nos seus comerciais televisivos.

Saí caminhando por Itapoã de dentro, abandonando o calçadão "sur la plage" por causa do causticante sol. Coloquei o meu "panamá" e fui-me protegendo nas sombras dos grandes prédios, trocando de calçadas para evitar passar rente aos "febris labores" da construção civil. “Cuidado, queda de materiais !!!!”

Cheguei ao shopping, onde não poderia achar nada melhor para completar minha caminhada no ambiente refrigerado e sob a proteção solar dessa "catedral de consumo", principalmente privilegiada em épocas natalinas.

Lá na praça central construíram uma cidade de fadas para a diversão das crianças, embaixo de uma linda decoração que descia do alto teto e ao lado da imensa árvore de Natal, também lindamente enfeitada e iluminada.

Na entrada da cidade de brinquedos, sentado em sua cadeira episcopal, estava um Papai Noel de longas barbas naturais branquinhas e espessas, muito bem cultivadas e cuidadas, lindas, muito bem vestido em enchimentos que o fazia ganhar uns quilos, a conversar com uma linda menininha sentada numa de suas pernas. Parei para admirar a cena. O papo rolava alto. Admirei-me, principalmente, porque as crianças geralmente temem o bom velhinho, ficam olhando de soslaio, às vezes chegam às lágrimas querendo logo o colo do papai verdadeiro ou da mamãe protetora.

Mas nesse caso não. Conversavam à larga. Eu imaginei o Papai Noel pregando as boas ações para a menina: respeitar os mais velhos, papar tudo, não brigar com os amiguinhos e caprichar na escola. A menina correspondia aos conselhos do velho senhor, pensando, provavelmente, no presente que iria pedir e já imaginava recebê-lo logo, se possível, sem esperar a grande data do périplo aéreo na carruagem puxada pelas renas voadoras.

Nisso, o gaiato de um funcionário do local, vendo-me parado a observar aquela cena, convidou-me a conversar também com o Papai Noel, possivelmente porque eu também uso uma barba branca não tão vistosa quanto à do personagem encarnado. Respondi que daria uma volta e retornaria para o encontro.

Continuei sem mais pensar no acontecido e vaguei pelos andares ainda sem grande freguesia no início dos trabalhos daquele dia. Subi até a livraria e somente entrei porque estava sem dinheiro e sem cartão de crédito. Caso contrário seria tentado a comprar algum livro, mesmo nesta estação de grandes best sellers de qualidade duvidosa e cheio daquelas gôndolas com belas edições de capas pretas com os crepusculares romances que frequentam as listas dos blockbusters. Coisas desta modernosa modernidade!

Quando voltei ao térreo, Papai Noel estava disponível. Lembrei-me da promessa, e o mesmo funcionário me abriu prontamente o cordão de isolamento que dava acesso àquela notória personalidade. Entrei. Fui recebido efusivamente por um Papai Noel que se levantou de sua imponente cadeira e veio ao meu encontro. Cumprimentou-me com um aperto de mão e, em pé, encetamos num rápido papo, sem que ele me largasse a mão.

>>> Vim parabenizá-lo pela caracterização. Com essa barba natural branquinha você me faz acreditar piamente em Papai Noel. Nunca tinha visto um Papai Noel tão convincente, tão verdadeiro como agora.

>>> Pois bem: Papai Noel existe (respondeu-me). Você nunca deveria ter dúvidas quanto a isso. Como existe o espírito de Natal que representa a amizade, a compreensão, a esperança de farturo que sempre desejamos, e a vontade de partilhá-la com os filhos, parentes e amigos. Enfim, com todas as pessoas. Esse sentimento de ser bom, alegre e de amar o próximo.

Foi mais ou menos isso que ele me transmitiu. Depois entrou por um papo religioso que eu estranhei partindo de uma entidade laica, apesar de ter suas origens nas festas natalinas e nas ações de um bispo católico – "São Nicolas". Figura "laica" porque hoje foi completamente abduzido pelo consumismo. Não o bispo, mas o "Noel". Continuou pregando e terminou essa parte me perguntando se eu acreditava em Jesus Deus. Eu incontinenti respondi afirmativamente. Como poderia ser de outra maneira diante de uma "autoridade eclética" e eclesiástica, haja vista as suas perorações e os conselhos que ainda viriam.

Essa mistura laica e religiosa, natural, pois o Papai Noel se confunde com o Natal, quando se comemora o nascimento do Cristo, às vezes embaralha as mentes infantis levando-as a confundirem o "coelhinho da Páscoa" com o "Menino Jesus" e com o "velho Noel".

Não obstante, nada contra aquelas declarações. Faz parte das ilusões do Natal. Antes de nos despedirmos aconselhou-me a submeter-me sempre aos meus exames médicos periódicos, principalmente a consultar o urologista. Ele me confessou que assim procedia regularmente porque já completara sessenta anos. Fiquei perplexo com a juventude e a jovialidade dele, diante de um macróbio de setenta e três anos.

Agradeci muito e saí sorridente. Pela primeira vez em minha já extensa vida tinha tido um papo cara a cara com aquele senhor mitológico que sempre me impressionou e povoou meus sonhos na primeira infância. E que nunca me deu uma bicicleta.

Esse encontro me lembra, sei lá por quê, de quando encontrei numa festa na casa de um amigo uma escritora e acadêmica e confessei a ela que era a primeira vez que tinha o prazer de cumprimentar uma pessoa "imortal".

Voltando para casa, contei a história ao motorista de táxi (voltei de táxi para me resguardar do sol), depois à minha mulher quando cheguei a casa e mais a quem encontrei desde então. Acho que ainda tenho tempo para repassar para os meus leitores esta aventura, antes do dia 25, desejando a todos a ilusão, a fantasia e o sonho que sempre se renovam e se inserem nos votos de Feliz Natal e de Próspero Ano Novo.

(Genserico Encarnação Júnior).

Ensaio | Belchior | 1992



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

"EROS E TANATOS"
(Adaptação de um grego - Novembro/2012).

EPÍSTOLA DE EROS AOS MOÇOS E
MOÇAS DO NOVO SÉCULO:

Umas palavras de apresentação são necessárias nesta época de tantas divindades, super-heróis e celebridades que habitam as constelações dos céus estrelados da atualidade de suas vidas.

Na realidade olímpica e mítica, divina e concomitantemente humana, sou o deus do amor, da sensualidade, da sexualidade, do instinto vital, da luta pela vida. Portanto, da felicidade, da alegria, do bom humor, da amizade, do bom viver. Em sua adaptação romana, passei a ser também comumente conhecido por Cupido que, com suas flechadas encantadas, distribui o amor entre os viventes e fá-los apaixonados (epa, um ato falho machista do meu velho narrador!!!!).

Muito cuidado com essas palavras derivadas do verbete paixão porque elas são escorregadias e geralmente são passaportes para o mundo escuro do sofrimento depois da sublime viagem inaugural do êxtase. Podendo provocar uma queda abissal do amor para o ódio.

Por seu lado, meu antípoda, neste paradisíaco monte, de onde divisamos toda a humanidade e administramos as almas dos vivos e dos mortos, é Tanatos, o deus da morte, da pulsão da morte, da vertigem da morte, da busca inevitável da morte. Morte, morte, morte, morte! Repito para contrastar com vida, vida, vida, vida! Ele domina o reino da neurose, do mau agouro, da tragédia, da depressão, da angústia, da guerra...

Não vos trago uma nova crença, porque a minha é muito antiga, nem tampouco faço a pregação de um catecismo moralista, mesmo porque eu sou a própria apologia do amor, do sexo, do prazer, do orgasmo, do amor livre, hetero, homo, bi ou outras sexualidades, tudo muito humano, demasiado humano. Todo catecismo moralista e todas as crenças religiosas são repressores dos instintos humanos, de seus sentimentos, de seus prazeres, que em suas cartilhas vêm travestidos de pecados, de culpas e de danações. No meu ideário quem deve se sentir culpado é o próprio pecado.

Agora vamos ao que interessa: o objetivo desta missiva. Fazer uma advertência aos queridos jovens.

Observo desde aqui das alturas do Olimpo uma evolução dos costumes que me preocupa. Não que os queira reprimir, recriminá-los, mas eles estão tomando uma direção que, a perseguir loucamente no rumo da procura indiscriminada do prazer, seguindo por esse caminho, estão levando as pessoas a enveredarem exatamente pelo caminho inverso ao desejado. Trata-se do monopólio do culto do corpo, do consumismo compulsivo do sexo.

A denúncia que também quero fazer nesta missiva é que tenho notado a nova estratégia maquiavélica do meu coleguinha Tanatos. Ele vem agora se travestindo com o meu manto divino e erótico e, através de um diletantismo convincente, porém raso, vem convencendo e congregando uma multidão de jovens para assumir essa droga, tão cruel quanto o álcool e as chamadas drogas ilícitas, que se chama sexismo. Essa nova ideologia que explora o sexo, com a exposição e a exploração do corpo, a prostituição em suas várias e sutis formas, não somente as pecuniárias, esquece-se da essência da qual eu me valho para manter o meu carisma: o amor, que permeia e consolida a amizade, a felicidade, o companheirismo, a compaixão, a parceria, a tolerância para com o outro, enfim, o que posso chamar genericamente de respeito a alteridade.

O amor, e olha que eu sou entendido nisso, tem como centro de sua atuação, no ser humano, ou dito de outra forma, como seu principal órgão propulsor, o cérebro, que recebe os impulsos através dos sentidos. Todo o tesão, a excitação sexual, vem do cérebro. O coração se sensibiliza com as mensagens dessa central, provocando emoções. O corpo todo se eletriza. E, por fim, e somente por fim, os órgãos genitais se assanham. Tanatos, suficientemente inteligente, para cooptar novos adeptos para o seu credo, vem pregando exatamente a inversão dessa hierarquia.

Para isso ele conta com a evolução da moda, a maldita fashion. Eu vaticino: a moda feminina está evoluindo celeremente para o nudismo. (O que o meu senil narrador acha que não é tão mal assim!) Dos shorts sociais, ora curtíssimos, que chegam até a deixar de fora o forro dos bolsos – numa apelação incompreensível – terão, seguramente, como seguidores, a calcinha social ou a tanguinha social. Com os complementos de bustiês ou simples sutiãs sociais, mais elaborados, para não passarem por simples lingeries. Não só os peitos, que já são suficientemente mostrados, mas os mamilos, última fronteira do despojamento total das mamas, tendem a ficar à mostra em transparências sensacionais. (O meu macróbio narrador acha que seio é uma parte da anatomia feminina que serve para amamentar os bebês; já peito é peça importante da sensualidade feminina, e isso é o que interessa no caso presente).

Que dizer sobre esses biquínis fio dental, cujo fio some entre as bandas das bundas? (O meu saliente narrador não conseguiu abrir mão do jogo de palavras.)

E que dizer também desses esculturais corpos masculinos extravagantemente bombados com excessiva malhação e a ingestão de doses cavalares de uma infinidade de complementos vitamínicos? Vão criar músculos no cérebro !!!!

Chamo a atenção mesmo para o que aconteceu, há milhares de anos, com nossos divinos companheiros: Hades, o deus do mundo subterrâneo, das trevas, onde vivem os mortos, deslumbrado pela beleza de Perséfone, filha de Zeus todo poderoso, seduziu a linda mulher abduzindo-a para os seus tétricos domínios. De passagem informo: Tanatos faz corretagem para conseguir futuros hóspedes para esse lúgubre reino. Perséfone que simbolizava a primavera, a mais linda estação do ano, foi finalmente libertada pela interferência do poder paterno, mas foi condenada a voltar anualmente para cumprir sua sina, passar três meses na morada de Hades. Com as ausências intermitentes da amada na superfície terrena aconteceram os invernos, quando cessam as estações das flores.

O que almejo para os meus queridos jovens é a busca incessante da primavera, se possível, da eterna primavera, sem sucumbir às apelações da propaganda vulgar de Tanatos e aos chamados de felicidade efêmera de Hades.

Um beijo, Eros... (Genserico Encarnação Júnior).

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Banda Devassa - Rio. - XXII MAREXAER 2017 - "Pista de Pentatlo Militar" ...



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

"A CAIXA DE PANDORA"
(Adaptação de um mito grego - Outubro/2012).

Prossegue a temporada jornalegórica dos mitos metafóricos, de sentido parabólico, incorporando estilos hiperbólico, onírico, telúrico, lúdico, idílico, etílico, elíptico, poético, caótico e diabólico, com "sutil olhar político"...

Esse "palavrório" inicial serve tão somente para impressionar e confundir o "pobre leitor". Exatamente para isso: não está aqui para esclarecer, mas para obnubilar ainda mais o panorama visto da ponte. Quem quiser que destrinche as "chacrinhas", digo, as charadas. Não estamos em época de falar às claras, diante do respeito, e mesmo temor que tenho pelo dito senso comum, que atende também pelo nome de "opinião pública", de um público mesmerizado pela não dita e maldita, porque parcial, opinião publicada da grande mídia nacional.

Eis a nova história: "Brasiliano" mantinha no fundo dos seus guardados uma "caixinha" com aplicações de marchetaria, de estilo árabe, que lhe foi presenteada por um "gênio mesopotâmico", quando naquela região babilônica esteve, no início da década dos anos setenta do já saudoso século passado. Caixa que foi bem preservada durante todo esse tempo, mas que lhe reservou incontáveis surpresas, como a seguir contarei, tal como um emocionante e aterrorizante jogo de futebol do meu time no brasileirão deste ano, perigando cair no caldeirão do mundo inferior da segundona.

Desde que recebeu a caixinha, ela fora displicentemente colocada no chão, num canto esquecido do seu escritório, sob uma coluna de pastas contendo papéis antigos, e nunca foi aberta. A experiência o aconselhava a não abri-la jamais, dada a sua origem misteriosa. Ninguém sabe o que ali estaria guardado, principalmente por ser um "regalo de um gênio" (gênio mesmo, daqueles que saem das lâmpadas maravilhosas). Aliás, esse maravilhoso ser o advertira nesse sentido, pois em tal interior teriam sido depositados segredos milenares da oriental sabedoria. Foi a sua arrumadeira, a "Jefinha", quem bisbilhotou o misterioso objeto, possivelmente em busca de alguma coisa valiosa: dinheiro, jóias, dólares, euros, para compensar a parca remuneração que recebia do seu patrão, um pensador politicamente correto, mas um mão de vaca dos mais renhidos, coitado, por ter-se transformado em um aposentado senil, desamparado também pela sociedade, especialmente pelo INSS e pelo SUS. Assim posto, era incompatível seu estado de penúria com as grandes expectativas de Jefinha quanto ao conteúdo do "receptáculo" (para não ficar repetindo caixinha, caixinha...).

O fato é que o recipiente (sempre evitando a repetição) enfim foi violentado. De lá saiu o pecado que gera todos os males do mundo: "corrupção" em todas as suas formas e nuances, e, ainda, todas essas imundícies humanas que fazem parte do jogo dos viventes em seu exercício de convivência, de competição e de poder. Saiu muito mais do que um simples reforço na mesada que tanto interessava a faxineira.

Foi então que essa vetusta e rotunda senhora, frustrada com a aparição de tantas desgraças, na esperança de encontrar o perdão ou se vingar do pão-duro de seu patrão, pegou o seu celular, ligou para o 190 e delatou os males que estavam ocorrendo na vizinhança que, segundo ela, teriam origem na abertura daquela "caixa misteriosa".

Instaurado, o devido inquérito superou em todos os sentidos o que foi denunciado. O assunto foi levado à consideração suprema de uma corte de sábios que analisou a fundo a procedência do acontecido, julgou e condenou "Brasiliano e Jefinha" às miasmas do cativeiro por um longo período de tempo. Eles ainda penam por lá, não se sabe quando sairão.

Mas a desgraça era tanta que transbordou da culpa do Brasiliano e de sua serviçal. A população atônita viu-se surpreendida com tanta sorte de torpeza e impureza que dali continuou saindo. Se possível voltar atrás, talvez fosse melhor nunca ter dado à luz tamanha porcariada, estancando a fonte de todas essas mazelas, pensou Jefinha. Manteria tudo por baixo da tapeçaria. Mas não se pode voltar no tempo. É para frente que se anda. O julgamento das imundícies foi exemplar. Espera-se que os ânimos delituosos se arrefeçam daqui para frente. Contudo, como deveria ser, o exemplo repercutiu para além (ou seria aquém?), do que foi julgado pelos zeuses. A caça às bruxas retrocedeu no tempo e foram julgados, culpados e condenados todos os responsáveis por terríveis delitos cometidos pratrasmente.

E assim aconteceu: foi uma enxurrada de desgraças que assomou à superfície do pântano, o que deixou ainda, por muito tempo, a população estupefata, principalmente pelo cheiro que exalava. Mas assim é que deve ser, desde a prática da medicina antiga, quando se recorria às sangrias para extirpar o mal de certas doenças do organismo infectado, até o ápice da psicanálise freudiana que procura o afloramento e a consequente conscientização daquilo que está guardado nos escaninhos escabrosos da mente humana, para se chegar à saúde plena. Se não tanto, minimizar os males das doenças.

Assim é também a vida das pessoas, que só melhora quando se perscruta o que vai além das aparências. Muitos são de opinião que se deve tampar a caixa tenebrosa de Pandora do Brasiliano, para se evitarem maiores tumultos. Outros, como eu, consideram ser bem melhor mantê-la aberta, deixando escorrer o sangue ruim ou, alternativamente, deitarmo-nos todos no divã do mestre austríaco. Para tornar exemplar o julgamento, faz-se mister deixar sair toda a podridão contida e chegar às últimas consequências da exumação, porque, caso contrário estaríamos vivendo no vergonhoso reino da indignação seletiva.

No dia a dia da convivência entre as pessoas em nossas sociedades atuais, já não se pode mais apelar para a justiça de Zeus, no seu Olimpo, há muito alheio às nossas vicissitudes, para que nos livre de nossos males, amém. Só com a abertura da realidade, evitando-se os exibicionismos gratuitos e distorções mal intencionadas, se consegue um mínimo de correção dessas nossas distorcidas alminhas humanas que, pela observação milenar da espécie, se encontra em pleno processo de transformação, mas ainda muito longe do dia em que iremos galgar o Olimpo, e nos transformarmos também em semideuses, substituindo os zeuses decaídos. Isso jamais acontecerá.

Palavra de contador de causos mitológicos revisitados. Afinal, os mitos originais foram criados há milhares de anos e ainda se prestam a adaptações atualizadíssimas. Nada de muito novo acontece que não tenha acontecido desde que o mundo é mundo. "O conteúdo é sempre o mesmo, a forma é que muda".

(Genserico Encarnação Júnior).

Banda Devassa - "Devassa na Copa do Mundo" (Mestre Jonas).



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

"A CAIXA DE PANDORA"
(Adaptação de um mito grego - Outubro/2012).

Prossegue a temporada jornalegórica dos mitos metafóricos, de sentido parabólico, incorporando estilos hiperbólico, onírico, telúrico, lúdico, idílico, etílico, elíptico, poético, caótico e diabólico, com "sutil olhar político"...

Esse "palavrório" inicial serve tão somente para impressionar e confundir o "pobre leitor". Exatamente para isso: não está aqui para esclarecer, mas para obnubilar ainda mais o panorama visto da ponte. Quem quiser que destrinche as "chacrinhas", digo, as charadas. Não estamos em época de falar às claras, diante do respeito, e mesmo temor que tenho pelo dito senso comum, que atende também pelo nome de "opinião pública", de um público mesmerizado pela não dita e maldita, porque parcial, opinião publicada da grande mídia nacional.

Eis a nova história: "Brasiliano" mantinha no fundo dos seus guardados uma "caixinha" com aplicações de marchetaria, de estilo árabe, que lhe foi presenteada por um "gênio mesopotâmico", quando naquela região babilônica esteve, no início da década dos anos setenta do já saudoso século passado. Caixa que foi bem preservada durante todo esse tempo, mas que lhe reservou incontáveis surpresas, como a seguir contarei, tal como um emocionante e aterrorizante jogo de futebol do meu time no brasileirão deste ano, perigando cair no caldeirão do mundo inferior da segundona.

Desde que recebeu a caixinha, ela fora displicentemente colocada no chão, num canto esquecido do seu escritório, sob uma coluna de pastas contendo papéis antigos, e nunca foi aberta. A experiência o aconselhava a não abri-la jamais, dada a sua origem misteriosa. Ninguém sabe o que ali estaria guardado, principalmente por ser um "regalo de um gênio" (gênio mesmo, daqueles que saem das lâmpadas maravilhosas). Aliás, esse maravilhoso ser o advertira nesse sentido, pois em tal interior teriam sido depositados segredos milenares da oriental sabedoria. Foi a sua arrumadeira, a "Jefinha", quem bisbilhotou o misterioso objeto, possivelmente em busca de alguma coisa valiosa: dinheiro, jóias, dólares, euros, para compensar a parca remuneração que recebia do seu patrão, um pensador politicamente correto, mas um mão de vaca dos mais renhidos, coitado, por ter-se transformado em um aposentado senil, desamparado também pela sociedade, especialmente pelo INSS e pelo SUS. Assim posto, era incompatível seu estado de penúria com as grandes expectativas de Jefinha quanto ao conteúdo do "receptáculo" (para não ficar repetindo caixinha, caixinha...).

O fato é que o recipiente (sempre evitando a repetição) enfim foi violentado. De lá saiu o pecado que gera todos os males do mundo: "corrupção" em todas as suas formas e nuances, e, ainda, todas essas imundícies humanas que fazem parte do jogo dos viventes em seu exercício de convivência, de competição e de poder. Saiu muito mais do que um simples reforço na mesada que tanto interessava a faxineira.

Foi então que essa vetusta e rotunda senhora, frustrada com a aparição de tantas desgraças, na esperança de encontrar o perdão ou se vingar do pão-duro de seu patrão, pegou o seu celular, ligou para o 190 e delatou os males que estavam ocorrendo na vizinhança que, segundo ela, teriam origem na abertura daquela "caixa misteriosa".

Instaurado, o devido inquérito superou em todos os sentidos o que foi denunciado. O assunto foi levado à consideração suprema de uma corte de sábios que analisou a fundo a procedência do acontecido, julgou e condenou "Brasiliano e Jefinha" às miasmas do cativeiro por um longo período de tempo. Eles ainda penam por lá, não se sabe quando sairão.

Mas a desgraça era tanta que transbordou da culpa do Brasiliano e de sua serviçal. A população atônita viu-se surpreendida com tanta sorte de torpeza e impureza que dali continuou saindo. Se possível voltar atrás, talvez fosse melhor nunca ter dado à luz tamanha porcariada, estancando a fonte de todas essas mazelas, pensou Jefinha. Manteria tudo por baixo da tapeçaria. Mas não se pode voltar no tempo. É para frente que se anda. O julgamento das imundícies foi exemplar. Espera-se que os ânimos delituosos se arrefeçam daqui para frente. Contudo, como deveria ser, o exemplo repercutiu para além (ou seria aquém?), do que foi julgado pelos zeuses. A caça às bruxas retrocedeu no tempo e foram julgados, culpados e condenados todos os responsáveis por terríveis delitos cometidos pratrasmente.

E assim aconteceu: foi uma enxurrada de desgraças que assomou à superfície do pântano, o que deixou ainda, por muito tempo, a população estupefata, principalmente pelo cheiro que exalava. Mas assim é que deve ser, desde a prática da medicina antiga, quando se recorria às sangrias para extirpar o mal de certas doenças do organismo infectado, até o ápice da psicanálise freudiana que procura o afloramento e a consequente conscientização daquilo que está guardado nos escaninhos escabrosos da mente humana, para se chegar à saúde plena. Se não tanto, minimizar os males das doenças.

Assim é também a vida das pessoas, que só melhora quando se perscruta o que vai além das aparências. Muitos são de opinião que se deve tampar a caixa tenebrosa de Pandora do Brasiliano, para se evitarem maiores tumultos. Outros, como eu, consideram ser bem melhor mantê-la aberta, deixando escorrer o sangue ruim ou, alternativamente, deitarmo-nos todos no divã do mestre austríaco. Para tornar exemplar o julgamento, faz-se mister deixar sair toda a podridão contida e chegar às últimas consequências da exumação, porque, caso contrário estaríamos vivendo no vergonhoso reino da indignação seletiva.

No dia a dia da convivência entre as pessoas em nossas sociedades atuais, já não se pode mais apelar para a justiça de Zeus, no seu Olimpo, há muito alheio às nossas vicissitudes, para que nos livre de nossos males, amém. Só com a abertura da realidade, evitando-se os exibicionismos gratuitos e distorções mal intencionadas, se consegue um mínimo de correção dessas nossas distorcidas alminhas humanas que, pela observação milenar da espécie, se encontra em pleno processo de transformação, mas ainda muito longe do dia em que iremos galgar o Olimpo, e nos transformarmos também em semideuses, substituindo os zeuses decaídos. Isso jamais acontecerá.

Palavra de contador de causos mitológicos revisitados. Afinal, os mitos originais foram criados há milhares de anos e ainda se prestam a adaptações atualizadíssimas. Nada de muito novo acontece que não tenha acontecido desde que o mundo é mundo. "O conteúdo é sempre o mesmo, a forma é que muda".

(Genserico Encarnação Júnior).

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Orgulho LGBT dia 28 de junho



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

28 de Junho - "Dia do Orgulho LGBTI" (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersex).

Data celebrada e lembrada mundialmente, que marca um episódio ocorrido em Nova Iorque, em 1969. Naquele dia, as pessoas que frequentavam o "bar Stonewall Inn", até hoje um local de frequência de gays, lésbicas e trans, reagiram a uma série de batidas policiais que eram realizadas ali com frequência.

O levante contra a perseguição da polícia às pessoas LGBTI durou mais duas noites e, no ano seguinte, resultou na organização na "1° parada do orgulho LGBT", realizada no dia "1° de julho de 1970", para lembrar o episódio. Hoje, as Paradas do Orgulho LGBT acontecem em quase todos os países do mundo e em muitas cidades do Brasil ao longo do ano.

Infelizmente, a perseguição, discriminação e as violências contra pessoas por causa de sua orientação sexual ou identidade de gênero – real ou percebida – não acabou. No relatório ”Making love a crime”, a Anistia Internacional mostra que em 38 países da África, a "homossexualidade" é criminalizada por lei, e ao longo da última década houve diversas tentativas de tornar estas leis ainda mais severas.

Ativistas pelos direitos LGBTI em Uganda ainda estão lutando contra a tentativa de aprovação da chamada “Lei Anti-Homossexualidade”, que propõe até mesmo a pena de morte para o crime de “homossexualidade agravada”, e que criminaliza qualquer um que não denuncie pessoas “envolvidas na homossexualidade”. Propostas similares foram aprovadas em países como o Sudão do Sul, Burundi, Nigéria, Libéria, Mauritânia e Somália nos últimos anos.

Recentemente, a Câmara Baixa do Parlamento russo aprovou um projeto de lei que torna ilegal o ativismo de lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, intersex e de seus simpatizantes.

>>> “Em algumas horas, a Duma aprovou duas leis que são um testemunho da crescente limitação da liberdade de expressão na Rússia. Representam uma lamentável tentativa do governo de reforçar sua popularidade jogando com os elementos mais reacionários da sociedade russa à custa de direitos fundamentais e da expressão da identidade pessoal”. (disse "John Dalhuisen", diretor do Programa da Anistia Internacional para a Europa e Ásia Central).

VIOLÊNCIA NO BRASIL.

Em 2012, o "Grupo Gay da Bahia" relatou 338 homicídios de gays, travestis e lésbicas, o que corresponde a um assassinato a cada 26 horas, causados por ódio a homossexuais e pessoas trans. O trabalho incansável de ativistas desta organização, combinado com a crescente cobrança do movimento LGBTI brasileiro, e em resposta à crescente pressão popular para que estes crimes fossem adequadamente apurados e investigados, a "Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República" (SDH) instalou uma central para recebimento de denúncias de violações de direitos humanos da população LGBTI.

Entre janeiro e dezembro, o serviço registrou 9.982 denúncias, conforme relatório publicado ontem (27). A SDH informou que estes dados comporão uma série histórica de informações sobre homofobia e transfobia no Brasil, e serão usados para delinear melhores políticas e ações de enfrentamento à homofobia no país.

A "Anistia Internacional no Brasil" se solidariza com a comunidade LGBTI e com todas as pessoas que lutam pela construção de uma realidade em que a discriminação, o estigma e a violência baseados na orientação sexual e identidade de gênero não tenham mais espaço.

Que Stonewall Inn continue nos inspirando, hoje e sempre.

(Banda Devassa - Rio de Janeiro, 28 de Junho de 2018).

DVD COMPLETO ALABÊ DE JERUSALÉM



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

"NOVOS CONTOS DE MINHA AUTORIA"
(Balanço final - Setembro/2018).

(final).

Enquanto damos tempo para "baixar" (download intelectual?!) uma ideia para o desejado e esperado conto novo apresentamos a lista final de nossas histórias. A indicação também serve para quem chegou tarde ao nosso encontro.

Aqueles que se encontravam antes do número 100 do Jornalego já constam da lista anteriormente publicada.
O restante dos textos retrata opiniões pessoais diretas, daí porque dou maior importância aos contos. Qualquer dia ainda vou ousar listar minhas "parcas" (eu disse parcas) poesias.

101 – Praia das Virtudes;
103 – Super-Heróis;
107 – Conto no Ar;
109 – Quem tem medo de Mrs. Dalloway;
113 – Curriculum vitae;
115 – O último tango;
122 – Loquacidade onírica;
123- Seu Boiteaux;
125 – O’;
130 – Vovó Maluca;
136 – O mundo é um moinho;
138 – Pavana para um irmão;
139 – Quarto de despejo;
141 – Fé demais e pouca fé;
145 – Cerimônia do adeus;
149 – Na ponta da língua;
152 – Madame Hummingbird;
156 – O velório;
161 – Amor ponto com ponto BR;
169 – Um homem e uma mulher;
172 – Uma mulher e um homem;
174 – Um homem e um homem;
175 – Uma mulher e uma mulher;
176 – Um ser obscuro;
184 – Destino;
186 – Redenção;
215 – Eros e as Musas;
217 – Prisioneiro do sonho;
219 – A escalvada;
220 – O prisioneiro da vigília;
222 – O Deus dos animais;
224 – O menino que não queria ser gente;
233 – Contus interruptus;
242 – Tia Amélia;
246 – Cecília e eu;
266 a 270 – Folhetim;
274 – Sarah Vaughan em Vitória;
279 – Até que a morte os separe;
280 – Platônico, virtual, onírico;
287 – O mistério da rua Pera;
290 – Dodora;
295 – Os ginecologistas também amam;
305 – A maldição de Ateneu;
306 – Amor de novo.

(Genserico Encarnação Júnior).

Banda Devassa - "VLT PRAÇA MAUÁ" (Janeiro - 2017).



Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).

"NOVOS CONTOS DE MINHA AUTORIA"
(Balanço final - Setembro/2018).

(final).

Enquanto damos tempo para "baixar" (download intelectual?!) uma ideia para o desejado e esperado conto novo apresentamos a lista final de nossas histórias. A indicação também serve para quem chegou tarde ao nosso encontro.

Aqueles que se encontravam antes do número 100 do Jornalego já constam da lista anteriormente publicada.
O restante dos textos retrata opiniões pessoais diretas, daí porque dou maior importância aos contos. Qualquer dia ainda vou ousar listar minhas "parcas" (eu disse parcas) poesias.

101 – Praia das Virtudes;
103 – Super-Heróis;
107 – Conto no Ar;
109 – Quem tem medo de Mrs. Dalloway;
113 – Curriculum vitae;
115 – O último tango;
122 – Loquacidade onírica;
123- Seu Boiteaux;
125 – O’;
130 – Vovó Maluca;
136 – O mundo é um moinho;
138 – Pavana para um irmão;
139 – Quarto de despejo;
141 – Fé demais e pouca fé;
145 – Cerimônia do adeus;
149 – Na ponta da língua;
152 – Madame Hummingbird;
156 – O velório;
161 – Amor ponto com ponto BR;
169 – Um homem e uma mulher;
172 – Uma mulher e um homem;
174 – Um homem e um homem;
175 – Uma mulher e uma mulher;
176 – Um ser obscuro;
184 – Destino;
186 – Redenção;
215 – Eros e as Musas;
217 – Prisioneiro do sonho;
219 – A escalvada;
220 – O prisioneiro da vigília;
222 – O Deus dos animais;
224 – O menino que não queria ser gente;
233 – Contus interruptus;
242 – Tia Amélia;
246 – Cecília e eu;
266 a 270 – Folhetim;
274 – Sarah Vaughan em Vitória;
279 – Até que a morte os separe;
280 – Platônico, virtual, onírico;
287 – O mistério da rua Pera;
290 – Dodora;
295 – Os ginecologistas também amam;
305 – A maldição de Ateneu;
306 – Amor de novo.

(Genserico Encarnação Júnior).