quinta-feira, 22 de novembro de 2018

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Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).


23 de Novembro de 1891 - Primeira Revolta da Armada.

A chamada "Revolta da Armada" foi um movimento de rebelião promovido por unidades da Marinha do Brasil contra o governo do marechal "Floriano Peixoto", Revolta da Armada supostamente apoiada pela oposição monarquista à recente instalação da República. Desenvolveu-se em "dois momentos":

A PRIMEIRA REVOLTA DA ARMADA.

Em novembro de 1891, registrou-se como reação à atitude do presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca que, em meio a uma crise institucional, agravada por uma crise econômica, e com dificuldades em negociar com a oposição, em flagrante violação da Constituição recém-promulgada em 1891, ordenou o fechamento do Congresso. Unidades da Armada na baía de Guanabara, sob a liderança do almirante Custódio de Melo, sublevaram-se e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro, então capital da República. Para evitar uma guerra civil, o marechal Deodoro renunciou à Presidência da República (23 de novembro de 1891).

Com a renúncia de Deodoro, que ocorreu apenas nove meses depois do início de seu governo, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o cargo (1892). A Constituição de 1891, no entanto, garantia que, se a presidência ou a vice-presidência ficassem vagas antes de se completarem dois anos de mandato, deveria ocorrer uma nova eleição, o que fez com que a oposição começasse a acusar a Floriano por manter-se ilegalmente à frente da nação.

A SEGUNDA REVOLTA DA ARMADA.

Começou a delinear-se em Março de 1892, quando treze generais enviaram uma Carta-Manifesto ao Presidente da República, marechal Floriano Peixoto. Este documento exigia a convocação de novas eleições presidenciais para que, cumprindo-se o dispositivo constitucional, se estabelecesse a tranquilidade interna na nação. Floriano reprimiu duramente o movimento, determinando a prisão de seus líderes.

"Concidadãos, Contra a Constituição e contra a integridade da própria Nação, o chefe do Executivo "Floriano Peixoto" mobilizou o Exército discricionariamente, pô-lo em pé de guerra e despejou-o nos infelizes estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Contra quem? Contra o inimigo do exterior, contra estrangeiros? Não.

O vice-presidente armou brasileiros contra brasileiros; levantou legiões de supostos patriotas, levando o luto, a desolação e a miséria a todos os ângulos da República (...).Sentinela do Tesouro Nacional como prometera, o chefe do Executivo perjurou, iludiu a Nação, abrindo com mão sacrílega as arcas do erário público a uma política de suborno e corrupção. (...)Viva a Nação Brasileira! Viva a República! Viva a Constituição! Capital da República, 6 de setembro de 1893.Contra-Almirante Custódio José de Melo".

Em 06 de setembro de 1893, um grupo de altos oficiais da Marinha exigiu a imediata convocação dos eleitores para a escolha dos governantes. Entre os revoltosos estavam os almirantes Saldanha da Gama, Eduardo Wandenkolk e Custódio de Melo, ex-ministro da Marinha e candidato declarado à sucessão de Floriano. Sua adesão refletia o descontentamento da Armada com o pequeno prestígio político da Marinha em comparação ao do Exército. No movimento encontravam-se também jovens oficiais e muitos monarquistas.

A revolta teve pouco apoio político e popular na cidade do Rio de Janeiro, onde a partir de 13 de setembro diversas unidades encouraçadas trocaram tiros com a artilharia dos fortes em poder do Exército. Houve sangrenta batalha na Ponta da Armação, em Niterói, área guarnecida por aproximadamente 3.000 governistas, os quais eram compostos entre outros por batalhões da Guarda Nacional. A capital do estado do Rio de Janeiro, então a cidade de Niterói, foi transferida para a cidade de Petrópolis em 1894, de onde só retornou em 1903. Sem chance de vitória na baía da Guanabara, os revoltosos dirigiram-se para sul do país. Alguns efetivos desembarcam na cidade de Desterro (atual Florianópolis) e tentaram, inutilmente, articular-se com os federalistas gaúchos.

O presidente da República, apoiado pelo Exército brasileiro e pelo Partido Republicano Paulista conteve o movimento em março de 1894, para o que fez adquirir, às pressas, no exterior, por meio do empresário e banqueiro estadunidense Charles Ranlett Flint, alguns navios de guerra, a chamada "frota de papel". Essa frota, adquirida nos Estados Unidos, foi também denominada pelos governistas como "Esquadra Flint" e viajou do porto de Nova York até a baía de Guanabara tripulada por mercenários estadunidenses. De acordo com Joaquim Nabuco, as tropas contratadas para auxiliar o governo federal eram "a pior escória de filibusteiros americanos".

Em março de 1894 a rebelião estava vencida. O rigor de Floriano Peixoto ante os dois movimentos revolucionários lhe valeu o cognome "Marechal de Ferro".

Almirante Custódio de Melo:
Aspirante a Guarda-Marinha de 1856. Foi um dos grandes valores da nossa Marinha.

Caráter ilibado e inteligência lúcida, demonstrou sempre excelente competência profissional e aprimorada ilustração.

Recebendo o batismo de fogo na Guerra contra o governo do Paraguai, servindo como imediato e, posteriormente, como comandante, demonstrou consciente bravura, recebendo inúmeros elogios dos seus chefes. Foi um dos que escaparam do afundamento do Encouraçado Rio de Janeiro, a 2 de setembro de 1866, quando esse navio foi torpedeado duas vezes pelos paraguaios.

Tomou parte ativa no bombardeio de Curupaiti, nas passagens de Humaitá, Timbó e Tebicuari, sendo elogiado “pelo denodo, sangue frio e inteligência que deu sábias provas frente ao inimigo.”

Adido Naval às nossas Legações em Londres, Paris, Viena e Berlim.

Comandou: o Monitor Encouraçado Pará, o Cruzador Almirante Barroso em viagem de circunavegação, em 1888.

Secretario de Estado dos Negócios da Marinha, de 23 de novembro de 1891 e 30 de abril de 1893.

A política que nessa ocasião dominava o país, impediu que ele pudesse fazer pela Marinha tudo o que ela necessitava.

Seu pensamento constante era a Marinha: ela acima de tudo.

Os tantos atributos morais que possuía, levaram-no a chefiar a revolta de 1893, “a fim de impedir a total destruição de sua classe, que dia a dia se acentuava. Se materialmente foi vencido, moralmente foi vitorioso, pois graças ao movimento revoltoso, foi possível ao pais voltar, no devido tempo, ao regime legal.”

O Almirante Custódio José de Melo foi cognominado o “Bayard de nossa Marinha”, titulo que se lhe ajustou perfeitamente.

Possuía as seguintes condecorações: Hábito da Legião de Honra; Oficial da Imperial Ordem do Cruzeiro; Medalha Argentina comemorativa da Guerra do Paraguai; Comendador da Ordem Militar Portuguesa de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa; Dignitário da Imperial Ordem do Cruzeiro e Grã-Cruz da Ordem de S. Bento de Aviz.

Faleceu, no Rio de Janeiro, 15 de março de 1902.

(Banda Devassa - Rio. - 22/11/2018).

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