Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).
"VAI CORINTHIANS" !!!!
Se você olhar bem direito o distintivo do Corinthians, vai descobrir "dois remos" e "uma âncora".
A âncora é o símbolo da esperança. Os remos somos nós, os torcedores corintianos.
Porque o torcedor corintiano não tem pressa.
Pode ficar vinte anos na espera. Nossa esperança é de aço, nossa esperança é eterna.
O torcedor corintiano não cansa... "sempre rema".
A favor ou contra a corrente, e jamais abandona o barco. É nisso que ele é melhor, nisso que ele é valente. No distintivo do Corinthians há também uma "bandeira".
Olhe bem, a "bandeira está aberta". O torcedor corintiano tem tanta esperança, e rema tanto, que jamais enrola a bandeira, enquanto a bola rola em campo.
Porque o torcedor corintiano sabe, e se a bola tem coração na hora da decisão, ela também é corintiana.
"NELSON RODRIGUES" era tricolor e publicou este texto no GLOBO em 06/12/76, no dia seguinte ao jogo Fluminense x Corinthians.
Uma coisa é certa:
"não se improvisa uma vitória. Vocês entendem? Uma vitória tem que ser o lento trabalho das gerações. Até que, lá um dia, acontece a grande vitória".
Ainda digo mais:
>>> "já estava escrito há seis mil anos, que em um certo domingo, de 1976, teríamos um empate. Sim, quarenta dias antes do Paraíso estava decidida a batalha entre o Fluminense e o Corinthians. (Ninguém sabia, ninguém desconfiava).
O jogo começou na "véspera", quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do Timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela.
Ali, chegavam os "corinthianos", aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta. A coisa era terrível. Nunca uma torcida invadiu outro estado, com tamanha euforia. Um turista que, por aqui passasse, havia de anotar no seu caderninho:
>>> "O Rio é uma cidade ocupada". (Os corinthianos passavam a toda hora e em toda parte).
Dizem os idiotas da objetividade que torcida não ganha jogo... (Pois ganha). Na véspera da partida, a Fiel estava fazendo força em favor do seu time. Durmo tarde e tive ocasião de testemunhar a "vigília da Fiel". Um amigo me perguntou:
>>> "E se o Corinthians perder?”
O Fluminense era mais time. Portanto, estavam certos, e maravilhosamente certos os corinthianos, quando faziam um prévio carnaval. Esse carnaval não parou. De manhã, acordei num clima paulista. Nas ruas, as pessoas não entendiam e até se assustavam. (Expliquei tudo a uma senhora, gorda e patusca)...
Expliquei-lhe que o Tricolor era no final do Brasileiro, o único carioca. Não cabe aqui falar em técnico. O que influi e decidiu o jogo foi a torcida. A torcida empurrou o time para o empate. A torcida não parou de incitar. Vocês percebem?
Houve um momento em que me senti estrangeiro na doce terra carioca. Os "corinthianos" estavam tão certos de que "ganhariam" que apelaram para o já ganhou. (Veio de São Paulo, a pé, um corinthiano)...
Eu imaginava que a antecipação do carnaval ia potencializar o Corinthians. O Fluminense jogou mal? Não... não jogou mal. Teve sorte? Para o gol, nem o Fluminense, nem o Corinthians. Onde o Corinthians teve sorte foi na cobrança dos pênaltis.
A partir dos pênaltis, a competição passa a ser um cara e coroa. O Fluminense perdeu três, não... dois pênaltis, e o Corinthians não perdeu nenhum.
Eis regulamento de rara estupidez... (Banda Devassa - Rio - 25/11/2018).
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