terça-feira, 13 de novembro de 2018

Banda Devassa - Rio. - Medalha Pedro Ernesto - "Carlos Alberto Lancetta".

Banda Devassa - Rio de Janeiro. (Cultura, Esporte e Lazer).



"GENTILEZA... GERA GENTILEZA"...


Vive-se uma época de retrocesso à barbárie. As bandeiras e os instrumentos de guerra, no entanto, já não são os velhos e encardidos panos, nem as espadas grotescas e as armaduras enferrujadas sobre/sob cavalos altivos. Aprimoram-se os discursos, inventaram ideias, falsearam a realidade, visto que...


>>> “apagaram tudo e pintaram tudo de cinza”...


A palavra, outrora dita para esclarecer os homens, tornou-se objeto de dominação, exercício de poder e de saber. O amor, sentimento humano maior, tornou-se objeto de riso, siso, fabulação...


E, nesse grande palco da “modernidade”, anjos rebeldes são postos ao fogo, crianças e idosos jogados às próprias sortes. Mulheres violentadas, silenciadas e mutiladas em seus desígnios. Homens morrem a cada dia e mortos-vivos enfeitam cenários; e, autômatos, enredam cenas reais nessa grande "comédia da vida moderna".


O palco não é mais o “bem perdido”, o "locus amoenus" redentor - (élan capaz de oferecer luz às idéias). O palco, composto por “flores de cimento”, não configura mais a "natureza idílica gritante", mas as pedras cuidadosamente emparelhadas, ornamentalmente bem elaboradas...


Compõem-se as cores da cidade: os tons opacos, nublados, acinzentados; mãos e sinais fechados, olhos empoeirados... Cenário rude, pobre, nefasto. Nesse teatro mortificado surge então o fogo e, com ele, a devassidão, a claridade e a normalização... Entretanto, não é o fogo o temível vilão! Não é o fogo o terrível atroz da multidão !!!!...


O fogo deixa seus rastros pela cidade e, com as nuvens de fumaça, vem acordar a criatura humana da sua rudeza e automatização. Nesse palco de desolação, um homem se levanta e grita à multidão: o MAL reside no coração!


Um homem - (um homem "com a sua dor estampada na cara") - entra em cena nesse “circo” de horrores. Nele, Ele recolhe os doentes, expande sonhos, alimenta crianças, velhos, “lobos” e “dementes”... Um homem com a sua dor, com a dor escancarada na longa barba, grita:
>>> "só existe um caminho, o caminho é o do amor !!!!...


Mas, as pessoas estão por demais "ocupadas" para receberem o pão na farta mesa. Seus corações, "presos no cimento e no vazio", ignoram “palavras de Gentileza”; e, não percebem quantas cores podem existir no mundo, na natureza; E, recusam-se à frase: “Gentileza Gera Gentileza” !!!!


E, mesmo com a sua tamanha e gentil Gentileza, o circo continua pegando fogo e as pessoas que, “apressadas passam pela cidade”, caminham silenciadas por intermináveis círculos de escuridão, posto que: “(...) a palavra no muro fora coberta de tinta"...


O homem, com a sua dor, é afastado da cega e homogênea multidão, tiram-lhes a mobilidade do estandarte e os instrumentos de luta; tiram-lhes, da palavra, a "trindade redentora": (o “amorrr”). Amor composto pelo “R” do Pai, “R” do Filho e “R” do Espírito Santo.


E o circo novamente invade a escola, e a escola rouba a vida e o tom cinza pinta negritudes nos corações.


Porém, a “gentileza que Gentileza gera” se eterniza e, em meio às flores de cimento, o profeta - (louco, poeta, criança) - indaga os mortos-vivos e deixa o questionamento como herança:


>>> “Qual o mais importante: o livro ou a sabedoria?”...


>>> Eis, aí... "a gentileza na sofia do Messias" !!!!


(Banda Devassa - Rio. 13/11/2018).

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